O Coletivo Feminista Marias, uma organização de Mulheres Feministas sediada no município de Camaçari – Bahia. Tem como principal objetivo lutar, empoderar e articular politicamente os grupos historicamente discriminados e vulneráveis com histórico de fragilidade e violação de direitos possam ter espaço político e conseguirem enfrentarem as desigualdades e a opressões que vitimam diretamente as Mulheres, as e os negros.
A população negra no Brasil mesmo sendo a grande maioria tem maiores dificuldades de ter seus direitos garantidos (educação, saúde, trabalho, segurança, etc.), em razão de condicionantes históricas e também pelo racismo e preconceito ainda presentes em nossa sociedade. O racismo opera por milhões de pequenas e grandes atitudes, opções, decisões diárias, tomadas dentro de uma estrutura social e simbólica em que a cor da pele é um determinante importante. Isso também se aplica a uma maior dificuldade de participação política e de inserção no debate e na agenda política, de temas como racismo, preconceito, desigualdade e ações afirmativas.(documento da conferência de direitos humanos)
Declaração do Rio
COLÓQUIO INTERNACIONALDesafios e perspectivas da Juventude Negra nas Américas
"Quando as teias de aranha se juntam, elas podem amarrar um leão” Etiópia
Reunidos no Rio de Janeiro, Brasil, de 03 a 06 de Abril de 2009, jovens negros(as) das Américas, por ocasião do Colóquio Internacional: Desafios e perspectivas da Juventude Negra nas Américas manifestamos que:
No marco do espaço de interação proporcionado por este Colóquio Internacional, convocado com o objetivo de estabelecer um espaço de intercâmbio entre os(as) líderes jovens negros(as) das Américas, propomos a geração de um projeto político para o desenvolvimento e o empoderamento das comunidades e povos negros da nossa América, tendo como princípio o fortalecimento dos processos nacionais que fomentem as articulações regionais e internacionais.
Vemos necessária a criação, implementação e monitoramento de ações afirmativas e diretrizes para a construção de políticas públicas, desde uma perspectiva geracional para os(as) Afrodescendentes, que principalmente combatam o racismo, o sexismo, a homo-lesbo-transfobia, a pobreza, a xenofobia, a intolerância religiosa, e todas as manifestações de opressão focalizadas na Comunidade Afrodescendente e Africana nas Américas.
Desde uma perspectiva de respeito pelas diversidades que integram nossos países e nos baseando nos instrumentos internacionais de Direitos Humanos, nossa agenda se centra na aposta do aprofundamento dos avanços alcançados pelos Estados na luta contra o racismo, concebido como um fenômeno estrutural nas sociedades.
Visualizando historicamente um processo de genocídio focalizado nos(as) jovens negros(as) entendido como uma violação sistemática dos Direitos Humanos e como formas de encarceramento massivo.
As principais problemáticas que enfrentam nossas comunidades, os desafios em términos de implementação de ações afirmativas e reparações, a “validação” dos espaços de juventudes existentes e o compromisso de fomentar intervenções que potenciem nossas comunidades, são alguns dos nexos críticos que analisamos.
Nesse sentido consideramos a necessidade de implementar mecanismos que garantam os direitos civis, políticos, econômicos, sociais, culturais, sexuais, reprodutivos e a terra.
A criação e promoção de espaços de formação, representação, intercâmbio e participação política para nossas juventudes, evidenciando talentos, capacidades individuais e coletivas que fortaleçam nossas comunidades.
Reafirmamos o estabelecido na Declaração e Plano de Ação da III Conferência Mundial contra o Racismo, a Discriminação Racial, a Xenofobia e Intolerâncias Correlatas, a Convenção Internacional contra todas as formas de Discriminação Racial, a Convenção Internacional sobre os Direitos Sociais, Econômicos y Culturais, o Convênio 169 da OIT sobre os Direitos dos Povos Indígenas e Tribais, a Declaração e Plano de Ação da Conferência Regional das Américas (Declaração de Santiago). E nosso compromisso de difundir os marcos legais que promovem os Direitos dos(as) Afrodescendentes.
Propomos a criação de uma agenda política ao interior do movimento de afrodescendentes nas Américas que incorpore transversalmente nossas reinvidicações como juventudes negras, o fortalecimento dos espaços intergeracionais, assim como promover espaços de articulação política com outros movimentos sociais: Povos Originários, de Mulheres, de Juventude, LGBT, Rural, Políticos e Sindicais.
Instamos aos Organismos, Agências Internacionais e aos Estados que reconheçam e apóiem os processos autônomos de articulação e organização juvenil nas Américas e que contemplem o recorte étnico-racial, para o desenvolvimento de seus programas de políticas de financiamento e cooperação.
Desafios
Gerar espaços que promovam a autonomia e a sustentabilidade do movimento de juventude negras das Américas, fortalecendo nossas próprias agendas nacionais, regionais e internacionais.
Impulsionar o intercâmbio cultural do legado africano nas Américas como forma de resgate histórico e de apropriação de nossa identidade ancestral, valorizando a cosmovisão africana em términos políticos, culturais, religiosos e estéticos; promovendo espaços de formação, debate, pensamento e produção de conhecimento que incorpore os referentes dos(as) Africanos(as) e Africanos(as) da Diáspora.
Incentivar e promover a valorização, o cuidado, a afetividade e a fraternidade dos nossos(as) militantes, ativistas e toda a comunidade como forma de compensar parte dos efeitos que o racismo provocou em nossa identidade como modo de aportar a construção das novas relações sociais.
Resoluções
Diante do diagnóstico da necessidade em se estabelecer uma plataforma internacional da Juventude Negra, nós, jovens negros(as) participantes do Colóquio Internacional, decidimos por criar o Círculo de Juventude Negra das Américas, um espaço que possa fortalecer e subsidiar as ações das organizações de juventude nos países das Américas, e, sobretudo, que possa proporcionar uma maior incidência nos espaços de tomada de decisão em níveis nacionais e internacionais.
Durante a construção foram estabelecidos pontos para uma agenda de trabalho do Círculo de Juventude Negra das Américas que envolve incidência política, mobilização e visibilização das organizações de juventude negra. Como marco desta realização, foi definido o dia 03 de abril como Dia da Juventude Negra das Américas, um dia que possibilitará a identidade juvenil negra e o pertencimento étnico-racial, onde vão ser desenvolvidas atividades e ações neste âmbito.
UBUNTU: A HUMANIDADE CONOSCO.
SANKOFA: REVER O PASSADO, PARA O VIVER O PRESENTE E O FUTURO.
UMOJA: UNIÃO.
Rio de Janeiro, 06 de abril de 2009.
Assinam:
Associação África e sua Diáspora para a Defesa dos Direitos Humanos – Argentina
APJN: Articulação Política de Juventudes Negras – Brasil
CEN – Coletivo de Entidades Negras – Brasil
Coletivo de Mulheres Negras Itá Iyalodê – Brasil
Coletivo de Mulheres Feministas Marías – Brasil
Coletivo Sankofa – Brasil
Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro – Brasil
Educafro – Educação e Cidadania de Afrodescendentes e Carentes – Brasil
Enda Brasil – Brasil
Fórum de Juventudes do Rio de Janeiro – Brasil
FONAJUNE – Fórum Nacional de Juventude Negra – Brasil
Grupo Kilombagem – BrasilIBASE – Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas – BrasilMNU – Movimento Negro Unificado – BrasilRede de Mulheres Negras do Paraná – Brasil
Organização de Mulheres Negras ATIVAS – Brasil
REJINA – Rede Ibero-americana de Juventude Indígena e Afrodescendente – Brasil
UJIMA – Trabalho Coletivo e Responsabilidade
Sankofa In Cipher – Canadá
Conselho Municipal de Juventude – Colômbia
Centro Comunitário Latino-americano e Caribenho – Estados Unidos
ONEGUA – Organização Negra Guatemalteca – Guatemala
ODECO – Organização de Desenvolvimento Étnico Comunitário – Honduras
Afro Panamenha SOY – Panamá
Makungu para o Desenvolvimento – Peru
Juventude Socialista do Uruguai – Uruguai
MIZANGAS – Mulheres Jovens Afrodescendentes - Uruguai
Um comentário:
Lésbicas em 2110 – O Filme
Estamos convocando para participar na produção de Lésbicas em 2110 – O Filme que será exibido no II Congresso Feminista Internacional 2010, na Argentina (http://www.2feminista2010.com.ar) e em mais de 18 países de todos os continentes. Este filme trata da evolução mudanças e conquistas de direitos das mulheres no mundo em cem anos, com pré-estréia prevista para Novembro de 2009. Mulheres de todos os segmentos LQTDB (Lésbicas, Queer, Trans, bissexuais, Intersex e simpatizantes da diversidade sexual que queiram participar na atuação, produção e na parte técnica do filme):
NECESSITAMOS URGENTE!!!!!
MULHERES DIRETORAS DE CINEMA
MULHERES TRADUTORAS INGLÊS/PORTUGUÊS
MULHERES CINEGRAFISTAS
MULHERES OPERADORAS CINEMATOGRÁFICAS
MULHERES FOTÓGRAFAS
MULHERES ATRIZES
MULHERES ESTAGIÁRIAS
MULHERES ESTUDANTES
MULHERES COM OU SEM EXPERIEÊNCIA EM FILMAGENS
Para participar preencha o cadastro e envie para: todaslasaguas@gmail.com
Nome completo: _____________________________________
Data: _______________________________________________
Endereço: ___________________________________________
País/Estado de nascimento _____________________________
Endereço Residencial: _________________________________
Ocupação: __________________________________________
Escolaridade: ________________________________________
Telefone: ____________________________________________
e-mail: _______________________________________________
Anotações complementares:
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Maiores Informações:
Célia Karina San Felipe
Política em Lesbianismo e Diversidade Sexual das Mulheres
todaslasaguas@gmail.com
todaslasaguas.blogspot.com
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